Como vocês vêem o D&D 5e?

 A ideia hoje é fazer uma postagem diferente, mais interativa. 

Eu gostaria que vocês respondessem aqui como vocês vêem o Dungeons & Dragons 5e. Basicamente, queria que vocês respondessem se para vocês ele é um RPG:

1) focado em combate, e no nível mais tático de controle de grid e ações;

2) focado na interpretação, um jogo que tem regras organizadas para permitir que os jogadores se preocupem em interpretar os seus personagens;

3) um jogo sobre contar uma história épica, onde o centro é que "a história contada ao final" seja interessante e heróica;

4) Um jogo sobre superar desafios propostos pelo Mestre de Jogo;

5) Um RPG pensado pra ser universalizante e cumprir todos os papéis acima;

6) alguma outra visão sobre o RPG mais jogado do mundo.



Não tem resposta certa, ainda que eu tenha muita opinião sobre o assunto e tende a ser bastante crítico a certas decisões de design da 5e. A ideia é que a resposta e diálogo com vocês me permita refletir minha posição em uma postagem futura.

PS: Sejam educados e respeitosos. É só sobre como cada um de nós vemos o jogo.

 

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Comentários

  1. Acho que a intenção da 5ed é aproximar a experiência do video game, e dos jogos digitais para a mesa, que é, o que eu acredito que ocorre desde a 3ª ed .

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    1. Também acho que essa intenção é muito presente. Aguçada ainda mais com o fato dos VTTs se tornarem importantes pro jogo

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    2. Tive essa mesma impressão já lá na 3E. Na 5E apenas lapidou um pouco isso.

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  2. Interpretação não é o foco do sistema, haja visto a recompensação de Px para tal, como analisei recentemente: https://ociolevaaovicio.blogspot.com/2023/08/aforismos-sispro-7-pontos-de.html
    A superação pode ser o mote do jogo, pois apesar de termos várias gambiarras usando o jogo em outros gêneros, não passam de gambiarras.

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  3. 1) não pq é muito lento no combate, tem muitos PVs, muito fácil esquecer a estratégia e tática para ficar sempre no mesmo e é repetitivo para as guerreiros e suas variantes em níveis acima do 5. Aliás, joguei duas campanhas, uma de nível baixo e outra de alto... a de nível médio-alto (9 nível) era bizarro como os personagens eram semi-deuses e como cada jogador na sua rodada demorava seus 10 minutos para decidir o que fazer, solucionar efeitos etc. etc.
    2) não pq o jogador não precisa interpretar pra jogar, o mestre que precisa incentivar pra não ficar um saco, geralmente oferecendo um dado de vantagem. Mas meio que você nem precisa de vantagem para sobreviver, a não ser que der um azar grande demais. Tem gente que gosta de interpretar, mas o sistema independe disso e na medida que vai ficando lento o combate, a maior parte para de interpretar;
    3) a história épica acontece, mas é muito lenta, ainda mais se o mestre inventar de colocar algumas coisas extras além da história principal;
    4) não tem muito de desafio, eventualmente tudo vai ser superado;
    5) não é universalizante, nem teria como ser - nenhum jogo é;
    6) com base na minha experiência como jogador... D&D é um jogo pra quem gosta de fazer ficha e imaginar como vai usar seu personagem, depois de tanto trabalho o que vai acontecendo nas sessões é que o jogo fica se prolongando eternamente apenas mudando a historinha que o mestre está contando e o +1 aqui ou +2 acolá. Embora morrer seja raríssimo e seja um saco (pq criar um personagem novo toma horas) a verdade é que ele brilha na imaginação do jogador que quer ficar colocando coisinhas na ficha-planilha e meio que sintonizar isso com um background legal.
    A impressão que ficou da quinta edição é justamente algo que outros jogadores disseram na minha mesa: "minha parte favorita é criar um personagem novo". Eles não falaram "explorar uma masmorra" nem falaram "descobrir a história do mestre". Como eu acho isso de fazer planilha um saco e gosto mais de sair logo jogando na mesa... não é pra mim, juro que tentei mas desisti de D&D da WOTC.

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    1. Muito interessante. Vou digerir a resposta e usar como base pra comentar.

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    2. Meu mestre era empolgado e tal, mas como dá pra ver na resposta eu cansei kkk. Aliás, lendo aqui as respostas à pergunta meio que me liguei também que a reclamação de jogos da OSR ou PbtA da galera que vem da 5e costuma ser que esses jogos tem pouca "customização" ou "opções para os jogadores".

      Essa questão da customização vende bem pros jogadores (é um bom modelo de negócio), mas se torna um inferno de gestão pros mestres e acaba travando bastante a velocidade do jogo. Suponho que essa pegada que anima o pessoal que gosta de criar fichas e backgrounds deve afetar várias outras características do jogo - tem que balancear tudo pra não deixar essa ficha se tornar inútil, demora um monte pra ver o que fazer no meio de tanta coisa escrita, criam-se personagens muito poderosos ao longo da evolução etc. - essas coisas acabaram me cansando, embora tenha voltado ao hobby só pra jogar D&D kkk eu hoje peguei desgosto.

      Sei que existem experiências variadas mas enchi tanto desses problemas que pra mim hj a pegada tem que ser tipo Mork Borg: criação de personagem em menos de 1 minuto, rolagens feitas pelos jogadores, se vira com o que vc tem, improvisa na interpretação pra sobreviver e vai ter momentos bem desequilibrados mas... não dá nada pq nisso vc já tá rolando outro personagem. Tem outros jogos bons também que oferecem outras coisas interessantes, mas a razão pela qual continuei no hobby foi encontrar esse nicho que dá ênfase à mesa e menos à ficha.

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  4. Eu acho que a quinta edição é um sistema para combate em nível tático, controle de grid e ações, porém cada grupo pode usar ele de formas diferentes abrindo mão de algumas regras ou usando regras da casa para dar outro sabor ao sistema.

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  5. Acho que o foco do sistema é o de viabilizar uma campanha épica (quase o item 3). Cinematográfica ou próximo do videogame e dos animes de aventura. Nesse tipo de história não interessa tanto a interpretação, nem a profundidade mas sim que o protagonista supere os desafios, vença os inimigos e sobreviva. A quantidade de PVs e os níveis vão simulando aquele crescimento que vemos nos animes e mangas. Neles o protagonista da porrada em todos os capangas e só gasta fôlego mesmo. Quando enfim chega no chefão, embora tenha muitos poderes e habilidades, já está enfraquecido. Os níveis e habilidades vão simulando aquela aprendizagem e crescimento ao longo da jornada que os deixa quase irreconhecível ao final.

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  6. 1) Como um combate tático e com controle de miniaturas, D&D 5e faz razoavelmente bem o seu papel. Ele exige bastante familiaridade e atenção para 'fluir bem', e aceitar que alguns paradigmas bem particulares do sistema deveriam mesmo ocorrer (ex: ping pong de cai-cura).

    2) 5e tem alguns detalhes para ajudar na interpretação, mas existem diversos jogos que fazem isto de forma muito mais complexa, elegante ou interessante.

    3) Existe uma tendência clara do sistema para guiar a história para o épico.

    4) o jogo se predispõe a certos tipos de desafio, jogar fora do escopo (tipo tentar fazer jogo de sobrevivência ou horror) é pedir para se desapontar.

    5) nah. A parte fácil de rodar alguma outra campanha em 5e é que é mais fácil persuadir jogadores a tentar outros cenários, mas o jogo vai carregar todos os vícios e afinidades que ele naturalmente tem.

    6) d&d é muito bom em ser d&d.

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    1. "Ping Pong de cai-cura" é demais! Vou passar a usar.

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  7. 1 - Eu acho o combate demorado, mas coloco muito mais na conta dos jogadores que não focam em já ter suas ações prontas pra quando chegar sua vez. Com alguns ajustes, roda direitinho.

    2 - Interpretação não deveria exigir regras, na minha opinião, mas se queremos que os jogadores se importem com esse aspecto, ele deveria estar atrelado a algum tipo de recompensa (como XP ou outro benefício mecânico). YZE nesse ponto acertou mais.

    3 - Épico não é necessariamente sinônimo de ser um super-herói, mas realizar grandes feitos. Dragonlance é uma história épica cujos protagonistas eram muito mais fracos que os adversários e precisavam usar a cabeça pra sobreviver. No fim, suas ações tornaram a história épica e não quantos inimigos derrotaram. Em todo caso, você joga pra VER SE TERMINA COM UMA HISTÓRIA BOA e não necessariamente joga PARA construir uma história boa (tem muita diferença).

    4 - É um jogo de superação de desafios, porém sua grande falha está em proteger demais os personagens das más escolhas dos jogadores. Death Saves e infinitos HPs acabam tirando um pouco do risco em muitos casos, principalmente nos níveis mais altos (o jogo roda legal até o nível 5).

    5 - Não. Nein. Nyet. Nem fudendo. O povo deveria parar de querer que D&D fosse um Gurps ou Fate da vida. Ele é feito pra ser D&D, e deveria se preocupar em melhorar nesse aspecto.

    6 - Os cenários são ótimos, e a vibe do jogo sempre vai cativar, mas desde a 3e ele vem se preocupando muito em ter heróis invencíveis de todos os tipos imagináveis (misturando tudo numa salada maluca) e com isso acaba se tornando um videogame off-line de mesa.

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  8. 6) Minha cachacinha semanal para rever amigos, contar histórias e se divertir com os resultados dos dados.

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  9. acho que depende do mestre, como em qq rpg. Dá pra focar mais em qq uma dessas abordagens, apesar das regras. House rule ta aí pra isso

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  10. Acho que tenta ser de tudo um pouco e acaba falhando miseravelmente. Se mantivesse o básico ficaria bem mais interessante, mas a WotC não venderia livros hahaha

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  11. 1) é um jogo que se pretende focado em combate, mas se perde na customização. Conforme os personagens evoluem, eles vão ganhando tanta coisa que prum jogador mediano fica até difícil decidir o que se vai fazer, tornando o jogo lento.

    2) não tem como foco a interpretação, apesar de lançar boas ideias nesse sentido, como os antecedentes.

    3) bem jogado e bem narrado, a parte épica se sobressai e é bem divertida. Em qual jogo eu poderia, com os braços, segurar uma porta de pedra para meus amigos passarem, ou arrastar esses mesmos amigos por quilômetros após eles terem se machucado em combate? Rs.

    4) essa coisa de superar só funciona mesmo nós primeiros níveis.

    5)acho que só gurps tem essa ambição de ser universal

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  12. 6) alguma outra visão sobre o RPG mais jogado do mundo.
    Uma porta de entrada excelente para fisgar iniciante. da para introduzir em 5 minutos, entregar uma fixa e pedir as rolagens. Fisgou, mil e 1 complementos a disposição pra quem quer se aprofundar ou customizar seus personagem e material de apoio pra dezenas de aventuras ou campanhas e quem não quer não precisa. É o melhor em alguma coisa? Nem de longe, mas fazer tudo mais ou menos também é uma qualidade. Uma maquina de imprimir dinheiro!

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  13. 1) focado em combate, e no nível mais tático de controle de grid e ações;

    Acredito que o D&D 5e seja isso mesmo. Um sistema tático "guiado".

    Ele pode ficar enjoativo? Sim. Talvez seja a hora de buscar outro sistema para jogar.

    Seu combate é lento e mecânico demais? Sim, ainda mais em níveis altos e com mesa com muitos jogadores.


    Mas isso não o faz um sistema ruim. Um 5e mestrado para até 4 jogadores experientes, daqueles que "puxam" o jogo, pode deixar os combates mais acelerados e enriquecer o role-play "de graça", mesmo o sistema não cobrando muito isso.

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  14. A quinta edição foi para mim a decepção derradeira com as interações mais recentes do jogo, que começou com o D&D 3.

    Certo dia, narrando As Minas Perdidas de Phandelver pela terceira vez, vi os personagens aproximando-se de um grupo de Carniçais e eis que o encontro já estava completamente definido.

    As criaturas não eram verdadeiramente um desafio para os personagens e o encontro estava ali apenas para dar XP aos jogadores. Ali caiu a minha ficha, eu não me sentia mais feliz em mestrar um jogo focado na criação de histórias épicas, com batalhas consecutivas e personagens sentindo-se os escolhidos dos deuses, incapazes de morrer, por mais absurdas que fossem suas escolhas em jogo... e se morressem, sempre tinham a opção de serem ressuscitados.

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  15. Muito interessante seu relato, Mestre Franciolli. Essa experiência é realmente o que tem levado as pessoas a "repensar" o hobby pra além da Wotc.

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  16. "1) focado em combate, e no nível mais tático de controle de grid e ações;"

    Sim, é focado em combate, mas não em controle e tática de grid, apesar de você poder aumentar esse aspecto estratégico com as regras opcionais no DMG o foco do combate do 5e é a sinergia das habilidades de classes e dos membros dos grupos a partir dela.

    "2) focado na interpretação, um jogo que tem regras organizadas para permitir que os jogadores se preocupem em interpretar os seus personagens;"

    Pouco, apesar disso existem várias pequenas as regras, em especial as de Inspiração, que reforçam o uso do RP no jogo. O RP não é desestimulado, mas é claramente secundário no que concerne ao sistema de regras.

    "3) um jogo sobre contar uma história épica, onde o centro é que "a história contada ao final" seja interessante e heróica;"

    Em grande parte sim, o aspecto central do D&D 5e é o heroico, os personagens enfrentando e superando desafios de várias ordens, é possível trabalhar em vários níveis com esse heroísmo, mas a tendência do jogo é para o épico com o avançar de níveis.

    "4) Um jogo sobre superar desafios propostos pelo Mestre de Jogo;"

    Quase que constantemente, é possível trabalhar por outros caminhos, mas o sistema de regras é pensado primariamente na relação de o DM apresentar desafios e PC explorarem e superarem os mesmos.

    "5) Um RPG pensado pra ser universalizante e cumprir todos os papéis acima;"

    Sim e não. Diferente de como o jogo foi apresentado na época do 3e o D&D 5e não se propõe é ser um sistema onde "tudo pode ser adaptado", é um sistema pensado em personagens heroicos, que tem a aumentar bastante de poder e a assumir a ação como resposta primária, apesar disso ele tem sim bastante abertura para cobrir as questões acima.

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