Por que South Borg é anticolonial?

Na mesa aberta de South Borg, hack que estou produzindo do jogo sueco Mörk Borg, trazemos muitos temas já bastante conhecidos pelos rpgistas: como horror, sobrevivência e fantasia estranha (weird). Mas muitos nos procuram para saber o que significa ser um jogo "anticolonial". Pois bem, vamos ao assunto.

Recorte de ilustração de Carlos Castilho para South Borg

South Borg é um jogo que se passa em uma terra fantástica, uma espécie de realidade-pesadelo, que foi criada como uma resposta extrema aos crimes dos colonizadores do passado e do presente. Uma terra fantástica aviltada, que teve seus povos originários dizimados e sua natureza profanada ao ponto de corromper os espíritos da floresta e as forças sobrenaturais do lugar. Uma terra que já foi abundante em vida e equilíbrio, mas se tornou uma terra de ódio e vingança contra todo invasor e toda civilização.

A partir dessa premissa decidi classificar o jogo como Horror Anticolonial. Por ser baseado na realidade dos crimes cometidos na colonização brasileira e de outros povos do mundo inteiro e levar à reflexão sobre o problema da subjugação de terras e povos pelos grandes impérios. Realidade que, hoje, tomou uma nova forma, mas está longe de acabar.

O jogo, porém, não se trata de personagens originários lutando contra uma invasão estrangeira (isso é uma outra boa proposta de jogo!), mas sobreviver nestas terras após o colapso de toda a forma de civilização causada pelos invasores.

É bom alertar que South Borg não visa reproduzir exatamente as terras tupiniquins ou seus povos. Eu sequer tenho conhecimento e vivência dessas realidades para elaborar um jogo com tal grau de fidelidade à realidade. É uma terra fantástica, imaginária, mas que foi acometida pelos mesmos males que os povos da América Latina em que vivemos. 

É possível jogar a campanha aberta de South Borg entrando em contato com o Brainstorm RPG em qualquer rede social.

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