Relato 03: O Terrível Homem-Macaco

Escrito por Ícaro Agostino a partir do ponto de vista do batedor Caveira

Personagens (Jogadores): Caveira (Ícaro Agostino - do Diálogo Ficcional ), Aranha (Guilherme Providello), Belisário (Pedro Borges - autor do Cordel do Reino do Sol Encantado) e Alguém (João Eduardo "Pepino" - Lenindragons)

A vida nesse lugar é difícil, tivemos um certo sucesso na nossa última ida para a floresta, mas logo nossa comida estava a beira de acabar e sabíamos que precisávamos voltar. Nosso pequeno sucesso anterior atraiu novos corajosos camaradas, Alguém e Belisário se juntaram a nós, e com Aranha partimos para uma incursão com resultados que jamais poderíamos prever no início daquela manhã.

Fiz o melhor que pude para memorizar os caminhos que tomamos, Aranha parece ser muito hábil com mapeamento e localização, ele foi capaz de nos contar com detalhes vívidos as trilhas e caminhos que tomamos, quase como se um mapa estivesse em sua cabeça, ele realmente deve ter sido um caçador antes de parar nesse fim de mundo.

Graças ao Bituca, que hoje não pode nos acompanhar, encontramos a árvore marcada que levava ao início da trilha, e assim adentramos na Grande Floresta. Fomos seguindo ao oeste, alcançamos o talude e ali decidimos nos separar, tínhamos que encontrar caças. Sem muita sorte, eu, Belisário e Alguém voltamos a trilha quando ouvimos o assovio de Aranha que tinha ido para o sul, logo corremos em direção ao caçador.

Chegando, encontramos Aranha em cima de um galho em um combate com cachorros selvagens, um já caído e o outro machucado que logo foi finalizado por uma das flechas disparadas por Belisário. Estávamos felizes, era comida suficiente para mais um dia, até que o mal maior nos alcançou. Uma criatura terrível que parecia um homem de mais de 3 metros de altura com cabeça de macaco e um olhar diabólico começou a nos perseguir, mal tivemos tempos de pensar e no separamos.

Corri com as carcaças de cão selvagem em direção à trilha, e como era de se esperar Homem-Macaco veio atrás de mim. Meus camaradas se espalharam em diferentes direções e se posicionaram com seus arcos.

Enquanto corria ouvindo passos pesados, escutava o som de flechas voando. Sentindo o diabo se aproximar soltei uma das carcaças que chamou atenção do meu algoz que brevemente parou para pegar, mas logo ele estava em meu encalço. Meus camaradas continuavam a atirar, puder ver por cima dos ombros algumas flechas entrando na carne do gigante, até que um tiro feroz acertou sua perna direita, mas ele era rápido e o inevitável aconteceu. Ao me alcançar pulou com tudo em cima de mim, só pude largar a segunda carcaça e rolar para o lado. O Homem-Macaco caiu no chão o que me deu uma breve oportunidade, com o facão que Aranha me emprestou dei tudo de mim e desferi um golpe violento na perna já machucada, não sei se foi sorte ou instinto, mas o golpe destruiu a perna do diabo que caiu em profunda dor.

ALguém (que logo chegou ali) finalizou o Homem-Macaco com um flechada na cabeça. Após retomar o fôlego, pude perceber que meu golpe foi apenas o derradeiro, a criatura estava com diversas flechas cravadas em seu corpo, meus 3 camaradas se mostraram atiradores capazes. Desmembramos a criatura e começamos a voltar para a trilha, mas nossa incursão ainda não estava em seu fim.

Antes de encontrar a trilha fomos cercados por o que pareciam aranhas, que começaram a jogar teias na nossa direção, começamos a ficar encurralados, Aranha (nosso camarada) foi preso e enquanto Belisário e Alguém tentavam entender o inimigo. Até que por fim percebemos que aquelas criaturas estavam famintas, abandonamos as duas carcaças de cão e as aranhas deixaram de nos perseguir.

Finalmente de volta a vila esperança, chegamos todos vivos com muita carne do Homem-Macaco e assim começamos a repartir com as pessoas ali, trocamos parte por alguns itens como cordas, novas flechas e sacos. O dia terminou com todos ali recebendo pelo menos um punhado do que comer, foi um bom dia.

Um pensamento agora não sai da minha cabeça: será que outras dessas criaturas terríveis como essa residem nessa floresta? Uma coisa é certa, esse Homem-Macaco não tinha alma nem coração.