Dragonslayer: precisamos de mais um retroclone?

O aclamado designer de Barrowmaze, Highfell e outras megadungeons Greg Gillespie, está fazendo o financiamento coletivo de Dragonslayer, um "retroclone" com um pé no D&D Basic e outro no Ad&d. 

A ideia do autor é que o sistema funcione essencialmente como um retroclone do BX, mas que tenha algumas "modernidades" introduzidas por Gygax no Ad&d (separação entre classe e raça; classes adicionais como Paladino e Monge; etc).



Segundo ele, o livro terá uma arte inspiradora como as suas megadungeons e refletirá a sua visão do que tem de melhor nos dois sistemas citados acima.

Mas será mesmo que precisamos de mais um retroclone? Não é da natureza da OSR deixar algumas brechas para serem preenchidas pelos gostos e preferências de cada Mestre e seus jogadores? A resposta é NÃO e SIM. 

Primeiro, existe sim uma saturação de retroclones no mercado OSR e faz pouco sentido, para a maioria das pessoas, comprar uma dezena de sistemas que são muito assemelhados. Ainda que livros com verdadeiras obras de arte feitas por bons artistas seja muito legal de ter, a ideia de adquirir mais um retroclone que terá 90% de seu conteúdo similar ao OSE, LOTFP, LL e outros sistemas que você já possui só se justifica pelo colecionismo.

Ao mesmo tempo, é natural que um autor aclamado como Gillespie se sinta confortável para lançar seu próprio livro de regras para demonstrar ao mundo como ELE joga em sua mesa, e ganhar um trocado vendendo o sistema para os fãs (novos e velhos) de suas megadungeons.

De certa forma, a saturação de retroclones traz uma coisa positiva para o cenário OSR porque cada uma das diferentes soluções encontradas nas regras acabam virando opções para mesas de experientes jogadores. Hoje, é cada vez mais comum que uma campanha OSR utilize as regras de diferentes retroclones. Eu mesmo gosto de mestrar Lamentations com um pouquinho de OSE e Caves & Hexes, por exemplo. 

Eu particularmente acho mais barato e mais produtivo investir em Zines e outras publicações pequenas, ou mesmo em blogs e fóruns gratuitos, ampliando a troca de soluções e regras dentro da comunidade sem precisar publicar mais um compêndio de regras. Afinal, se estamos todos construindo nosso próprio "frankenstein", faz mais sentido comprar pequenos pedaços do que um monstro inteiro novamente.

Apesar disso, acho que a publicação de Gillespie é bem vinda e suas ideias tendem a ser úteis para nosso hobby, ficando minha crítica mais voltada ao preço do FC. 85 dólares no livro físico? 35 dólares em uma versão PDF? Será que o Greg tá pensando que dinheiro dá em árvore?

Principais ideias que encontrei em Dragonslayer:

- Raça e classe separados, inclusive com opções como Ciclopes, Monges e Paladinos.

- As raças possuem restrição de atributos E modificadores. Por exemplo, um elfo precisa ter Inteligência 8+, Destreza 7+ e Carisma 8+. Além disso recebem +1 em Destreza e -1 em Constituição.

- As raças possuem restrição de classe e limite de nível.

- Aparentemente, os testes das habilidades do Ladrão serão com dados de porcentagem.

- A criação de personagem será com 7 rolagens de 3d6, descartando a menor, e posicionada nos Atributos pelo jogador.

- Haverá teste de atributos com rolagem de d20 abaixo do valor do atributo.

 

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Comentários

  1. Neste caso, eu não vejo nada de novo.
    Vai entrar só para a coleção de arquivos virtuais.

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  2. Lembrei de Thiago Olival (grande difusor memético de GURPS) sacaneando, "OSR é Outro Sistema Repetido). Respondendo a pergunta do título: NÃO.
    Por exemplo, temos aqui o Old Dragon, 1 e 2 agora (desnessesaria, a meu ver), o Caves & Hexes (que segue o modelo de blogue+fórum), o d20ageRPG (fãvista+fórum), e até gringos como DCC e OSE (que teve um financiamento elitista horrível).
    Porém, não precisamos de outro sistema genérico de jogatina, no entanto tô fazendo um. Meu caso é de estreia como desenhista de jogo e proposição de uma nova postura em financiamento coletivo, barateando o produto ao máximo, o que me torna diametralmente oposto ao GG.
    Quanto ao preço do produto de GG, "Todo dia sai um malandro e um mané. Quando se encontram, sai negócio".

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  3. PS: após "Repetido", é aspas e não patentes. Perdão.

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